Ajudar os outros não é apenas bom para eles e uma coisa boa a se fazer, mas também nos ajuda a ser mais felizes e saudáveis.
O ato de contribuir também nos conecta aos outros, criando comunidades mais fortes e ajudando a construir uma sociedade mais feliz para todos. E não é só com dinheiro – podemos ajudar com nosso tempo, ideias e energia. Então, se você quer se sentir bem, faça o bem!
Benefícios de ajudar os outros
1. Ajudar os outros aumenta a felicidade
Mesmo que já há muito tempo se assume que doar também leva a uma maior felicidade, só recentemente isso foi comprovado cientificamente. Por exemplo, quando participantes de um estudo realizaram cinco novos atos de gentileza por um dia a cada semana, durante um período de seis semanas (mesmo que cada ato tenha sido pequeno) eles experimentaram um aumento em bem-estar, comparado com o grupo de controle.
Em outro estudo, participantes que foram dados $5 ou $20 — para gastar com as despesas de outras pessoas ou doar para caridade — experimentaram maior felicidade do que pessoas que gastaram o mesmo tanto com elas mesmas. Curiosamente, a quantidade de dinheiro não afetou o nível de felicidade gerado.
E agora existem evidências de que isso leva a um círculo virtuoso – felicidade nos faz dar mais, dar mais nos faz mais feliz, o que nos leva a querer dar mais ainda e assim por diante. Esse efeito é consistente entre diversas culturas.
Faz sentido que ajudar os outros contribua para nossa própria felicidade. Cientistas estão reconsiderando a ideia do “gene egoísta” e estão explorando a evolução do altruísmo, cooperação, compaixão e gentileza. Seres humanos são criaturas altamente sociáveis e se desenvolveram como espécie vivendo em conjunto.
Se as pessoas se comportam de modo altruísta, mais provavelmente serão queridas e assim geram e fortalecem contatos sociais, tendo uma rede social mais robusta e apoiadora, o que leva ao aumento de felicidade e bem-estar. De fato, a participação em tarefas em conjunto como serviço comunitário e outras atividades sociais é um indicador de quão satisfeitas as pessoas estão, mesmo quando outros fatores são levados em conta.
2. Ao doar nos sentimos bem
Doar literalmente nos faz sentir bem. Em um estudo envolvendo 1.700 mulheres voluntárias, cientistas descreveram a experiência de uma “intoxicação solidária”, que era um sentimento de euforia, seguido de um período maior de calma, experimentado por vários dos voluntários depois do ato de ajudar. Essas sensações resultam da liberação de endorfina, e são seguidas por um período maior de melhoria do bem-estar e senso de autovalorização, sentimentos que por sua vez reduzem o estresse e melhoram a saúde daqueles que ajudam .
Costumava-se pensar que os seres humanos só fazem algo quando recebem alguma coisa em troca. Como então poderíamos explicar o comportamento de pessoas que realizaram atos gentis ou doaram dinheiro anonimamente? Estudos sobre o cérebro agora mostram que quando doamos dinheiro para uma boa causa, partes equivalentes do nosso cérebro se ativam como se nós mesmos estivéssemos recebendo o dinheiro (ou reagindo a outros estímulos prazerosos como comida, dinheiro ou sexo)!
Dar aos outros ativa os centros de recompensa em nossos cérebros, o qual nos faz sentir bem, assim nos encorajando a fazer mais do mesmo. Doar dinheiro a uma boa causa literalmente nos faz sentir tão bem como se fossemos nós que estivéssemos recebendo — especialmente se a doação for voluntária.
3. Doar faz bem a você
Ajudar os outros têm uma relação causal mais forte com saúde mental do que receber ajuda. Estudos mostram que voluntários tem menos sintomas de depressão e ansiedade, e eles se sentem mais esperançosos. Está também relacionado a sentir-se bem consigo mesmo. Também pode servir para distrair as pessoas do hábito de ficar remoendo os próprios problemas para que se sintam gratos por aquilo que tem. Voluntariar-se também está relacionado com bem-estar psicológico.
Doar pode aumentar nossa longevidade. Estudos com pessoas mais velhas mostram que aqueles que dão suporte a outros vivem mais do que aqueles que não fazem isso. Isso inclui apoio a amigos, parentes, vizinhos e apoio emocional ao parceiro. Em contrapartida, receber apoio não influenciou na longevidade.
O ato de se voluntariar também parece ser um indicador da não-degeneração das funções cognitivas em um estudo com 2.500 pessoas em seus 70 anos, que foram acompanhados durante 8 anos.
Outros estudos mostraram que entre adolescentes, o hábito de se voluntariar foi associado com a melhora da autoestima; redução de problemas anti-sociais, comportamentais e ausência na escola; melhorou atitudes em relação a estudar; e aumentou as realizações no campo da educação .
Separar os benefícios do voluntariado de outros fatores pode ser difícil; por exemplo, voluntários já são mais saudáveis em primeiro lugar, portanto são bem mais aptos a ajudar. No entanto, a abundância de evidências de fato sugere uma relação causal, e pode ser que voluntariar-se seja uma atividade intencional com que as pessoas podem se envolver como uma estratégia para aumentar o bem-estar e manter a função cognitiva na idade avançada.