Pronto, de posse da informação de que bolo de rolo não é rocambole você já pode ir a Pernambuco e não cometer a imprudência de comparar o bolo-símbolo, patrimônio imaterial do estado, com qualquer outra massa de bolo ordinariamente enrolada. Você pode achar exagero, coisa de quem está fazendo doce. E é. O orgulho do pernambucano com a sua iguaria é grande e vem de longe, desde o tempo em que a receita teve origem, época em que a região era a maior produtora de açúcar em todo o mundo, entre os séculos 16 e 17.
A origem do bolo de rolo
O açúcar moldou o paladar nordestino naquele período, atravessou gerações em receitas guardadas como um segredo. Caso do bolo de rolo, variação para o colchão de noiva, um dos doces portugueses típicos, cujo recheio leva creme de amêndoas. Por aqui, a ausência do fruto seco forçou as senhoras de engenho a trocá-lo pela mistura de água, açúcar e goiaba, fruta que dava aos borbotões – sim, eram as próprias sinhás que preparavam o bolo, maneira encontrada por elas para resguardar a receita, que passava de mãe para filha.
Por trás da aparente simplicidade sugerida pelos ingredientes, o bolo de rolo exige cuidado especial no preparo. O segredo está na junção das finas camadas de massa e de goiabada antes de ganhar uma generosa cobertura de açúcar e ser enrolado. É isso que faz ele ter aquele inconfundível desenho em espiral a cada fatia cortada.
Novos tempos, novos sabores
Se um autêntico bolo de rolo deve levar em conta o preparo à moda pernambucana, seu sabor sofreu uma certa licença poética. Chocolate e doce de leite já atendem a paladares menos ortodoxos. Mas a goiabada segue sendo campeã de venda.
Dentro das variações sobre o mesmo tema, a Casa dos Frios prepara sobremesas que usam a iguaria como base. Torta de bolo de rolo com cream cheese e goiabada e naked cake são dois bons exemplos. Isso sem falar nas versões torrada, bem-casado e sorvete.
Fonte: https://comoviaja.com.br/
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