A tradicional Canja de Galinha. Segundo alguns escritos a canja é de origem indiana e possivelmente transmitida através dos Colóquios de Garcia da Orta. Este refere “…o caldo de arroz, ou canja…” que aprendeu com a sua mais importante serviçal e cozinheira Antônia.
O seu sucesso deve-se, naturalmente, à sua simplicidade, é assumida como elemento alimentar fundamental para recuperar a saúde.
Ainda hoje é costume ouvir que “Cautelas e Canja de Galinha, nunca fizeram mal a ninguém”.
A sua origem poderá encontrar-se numa sopa de arroz da Índia, peze, à qual se juntavam umas ervas.
Posteriormente juntou-se-lhe a galinha, receita que ainda hoje é comum em Goa. A própria canja, simples, provocou variações como a sopa “S. Francisco Xavier” que é uma canja consistente, mas picante.
Basicamente a canja é constituída por uma sopa rala de arroz, com temperos, e o seu elemento tradicional, que é a galinha, ainda hoje se mantém por aquelas áreas.
Os produtos, arroz primeiro, e galinha depois, acabam por cozer ao mesmo tempo Junta-se frequentemente cebolinha para finalizar.
Mais recentemente assistimos à substituição do arroz por massinhas, mas continuando sempre a ser uma sopa aguada.
O seu consumo sempre esteve associado ao equilíbrio alimentar e regenerador de saúde.
Mas não só. D. Pedro II, Imperador do Brasil, não abdicava de consumir diariamente a sua canja, até nos intervalos de espetáculos. Segundo relatos do escritor R. Magalhães Júnior, o Imperador quando assistia aos espetáculos saboreava “uma canja quente entre o segundo e o terceiro ato, que só começava, por isso mesmo, ao ser dado o aviso que Sua Majestade terminara a ceiazinha”.
Fonte: www.virgiliogomes.com